Diante das tensões desses dias difíceis, replicamos as sugestões do portal Geledés de autoras que você vai ficar feliz em conhecer. Seus livros falam por si mesmos, por nós e pelo espírito de luta destes tempos conturbados. Boa leitura.
Úrsula, Maria Firmina dos Reis
Lançado em 1859, é considerado o primeiro romance publicado por uma mulher no Brasil. É também o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira, e também, o primeiro romance da literatura afro-brasileira. A história de amor ultrarromântico entre Úrsula e Tancredo tem como pano de fundo a temática do negro a partir de uma perspectiva comprometida em recuperar e narrar a condição do ser negro em nosso país.
Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, Maya Angelou
Maya escreve para exibir sua voz e libertar-se das grades que foram colocadas em sua vida. As lembranças dolorosas e as descobertas de Angelou estão contidas e eternizadas nas páginas desta obra densa e necessária, dando voz aos jovens que um dia foram, assim como ela, fadados a uma vida dura e cheia de preconceitos. Com uma escrita poética e poderosa, a obra toca, emociona e transforma profundamente o espírito e o pensamento de quem a lê.
Escritos de uma vida, Sueli Carneiro
Com prefácio de Conceição Evaristo e apresentação de Djamila Ribeiro, Escritos de uma vida reúne uma série de artigos publicados pela filósofa, ativista e fundadora do Geledés — Instituto da Mulher Negra Sueli Carneiro ao longo de sua vida. Seus textos abordam temáticas imprescindíveis para refletir sobre a sociedade e moldar o pensamento. Diz Djamila Ribeiro: “Sueli nos brinda com uma coletânea de artigos publicados ao longo da vida e que refletem sobre a necessidade de se pensar novos marcos civilizatórios. O pensamento feminista negro potente de Sueli Carneiro é fundamental e atual para o debate racial e de gênero e construção de um modelo alternativo de sociedade.”
Kindred – Laços de Sangue, Octavia E. Butler
Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça. Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida… até acontecer de novo. E de novo.
Olhos d’Água, Conceição Evaristo
Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.